Arquivo de junho, 2010

Nosso evento prevê publicação de um número especial da Revista Faced (Faculdade de Educação/UFBA) com trabalhos que tratem dos temas discutidos no “1º Encontro Dança Inclusiva: O que é isso?”. Informamos que as normas para publicação e orientações para o envio dos trabalhos (por submissão on-line) estão disponíveis no site http://www.revistafaced.ufba.br/ . Os interessados devem entrar na página inicial do referido site, clicar em “informações/para autores” (que fica no lado direito/em baixo da tela); abrirá a página “Sobre a revista”; clicar em “submissões on line”. Nesta página estão descritas as normas de publicação e orientações para submissão on-line. O prazo para envio de trabalho é o seguinte: da 0h do dia 10 de junho de 2010 até às 23:59min do dia 20 de julho de 2010.

Solicitamos ainda que seja enviada uma cópia do trabalho para o email do grupo x grupoxdeimprovisacao@gmail.com, com identificação do título, autor e contato.

Pulsar Cia de Dança – Rio de Janeiro
 
Cia Gira Dança – Natal
Odete, traga meus mortos (Edu O. e Lucas Valentim – Salvador)
Vestido curto na alma de dentro (Grupo X de Improvisação em Dança – Salvador)
Grupo Opaxorô – Salvador
Ninfa Cunha – Salvador
Estudo para carne, água e osso (Grupo His Contemporâneo de Dança-Salvador)
Judite quer chorar, mas não consegue! (Edu O. – Salvador)
Braile (Líria Morays-Salvador)
Removemos os desejos da maneira mais radical e efetiva: tornando-os invisíveis,
por não olhá-los, e inimagináveis por não pensarmos neles.
(BAUMAN, 2010)

A política de fazer escolhas e tomar decisões inerentes ao corpo, e, portanto, também ao corpo de pessoas com deficiências, se modificou radicalmente em tempos recentes. Um dos fatores de importância nessa mudança tem sido a acessibilidade ao universo da dança proporcionado pelo afrouxamento das fronteiras em decorrência dos avanços tecnológicos e do fluxo de informações entre as diversas áreas do conhecimento. Embora a dança tenha sua importância no rompimento de algumas barreiras, quando refletimos sobre os hábitos comportamentais dessas pessoas e sobre criação e configurações em dança elaboradas em seus corpos, observa-se que o preconceito é recorrente, sobretudo decorrente da falta de informação e a intolerância a modelos mais flexíveis de entendimento de corpo que continua circulando. Entendimentos que se apoiam no complexo de determinações sócio-historico-cultural que cercam o universo da dança, tais como as tendências do corpo ideal, virtuoso e de alto rendimento que até então vem sendo mantido. Considerando que o acesso a educação através da arte é um processo complexo e difícil para todas as pessoas, o que exige esforço, dedicação, incentivo e, condições adequadas para que este conhecimento tenha representatividade, para o dançarino com deficiência, esse incentivo deve ser redobrado com ações estimuladoras para a efetiva profissionalização e valorização nos meios artísticos. Chamo a atenção para o fato de que na arte, e, especificamente na dança, os discursos que emergem desses corpos falam do corpo vitima, coitadinho, incapaz de se auto-gerir, inaugurando idéias que além de estimular a crença da ineficiência vão de encontro aos avanços científicos acerca do corpo, no entendimento do corpo como um sujeito biológico e culturalmente implicado no ambiente, o corpo co-autor e munido de um aparato cognitivo, apto para construir conhecimentos e desenvolver diálogos possíveis no mundo que habita. Contrapondo a esses pensamentos equivocados, o conceito de Corpomídia (Katz & Greiner, 2005), aqui se instaura para discutir que a dança construída no corpo, seja ele com deficiência ou não são produzidos e correspondentes às suas experiências, diante de todas as interferências que o cerceiam e obstáculos intrínsecos ao viver cotidiano. Quando se considera estas noções no campo do discurso poético permitirá trazer à tona a complexidade que se estabelece no corpo do dançarino com deficiência e o aproveitamento das suas potencialidades. Pertinente nos aproximar o pensamento do professor Jorge Albuquerque Vieira em seu livro Teoria e Conhecimento em Arte (2006). Para ele, a vida enquanto sistema complexo para sobrevier com autonomia precisa desenvolver estratégias de permanência dialogando com sensibilidade com a realidade emergente. Ai, nesses locais não acreditáveis, a possibilidades de processos imprevisíveis acontecerem abrindo novas rotas é uma oportunidade de florescimento. A necessidade de distribuir outro tipo de informação sobre o corpo de pessoas com deficiência passa pela urgência de consolidar meios educacionais para tal informação. A sua ausência dificulta o desenvolvimento integral desses corpos, bem como o seu acesso a atividades que contribuiriam na melhoria de sua condição física. O tipo de visibilidade que o corpo conquista, portanto, possibilita um determinado rumo político para a sua própria permanência no mundo, pois constrói políticas sociais, culturais e biológicas voltadas para as informações que encarna.

Profa. Dra. Fátima Daltro – Escola de Dança /UFBA
Coordenadora projeto pesquisa Poéticas da Diferença – PPGDANCA/UFBA
Coreógrafa Grupo x de Improvisação em Dança

O8/09

09h – 12h
Oficinas:
Sala Emília Biancardi: Cia Gira Dança (Processo Criativo)-Natal/RN
Sala Carlos Moraes: Curso de Audiodescrição com Profº Drº Eliana Franco – Escola de Letras/UFBA – Salvador/BA

14h – 17h
Sala Carlos Moraes: Curso de Audiodescrição com Profº Drº Eliana Franco – Escola de Letras/UFBA – Salvador/BA

15h – 18h
Mesa 01: A mídia, as políticas públicas e a produção inclusiva.

18h – 19h
Foyer: Vestido Curto na Alma de Dentro – Grupo X de Improvisação em Dança – Salvador/BA

09/09

09h-12h
Oficinas:
Sala Emília Biancardi: Cia Gira Dança
Sala Carlos Moraes: Neca Zarvos (Danceability)

15h às 18h
Mesa 02- A formação do artista com deficiência.

18h – 19h
Foyer: Odete, traga meus mortos – Edu O. e Lucas Valentim – Salvador/BA

10/09

09h-12h
Oficinas:
Sala Emília Biancardi: Neca Zarvos (Danceability)-São Paulo/SP
Sala Carlos Moraes: Grupo X de Improvisação em Dança – Salvador/BA

15h às 18h
Mesa 03: Dança Inclusiva. O que é isso?

18h – 19h
Foyer:

19h – 20h
Palco principal: Judite quer chorar, mas não consegue! – Edu O. (com audiodescrição) – Salvador/BA

11/09

09h-12h
Oficinas:
Sala Emília Biancardi: Carolina Teixeira – Natal/RN
Sala Carlos Moraes: Pulsar Cia de Dança – Rio de Janeiro/RJ

15h às 18h
Cirandão 1: Fórum-debate com o público participante e realização de atividades de criação artística e mostra aberta.

18h-19h
Foyer: Estudo para carne, água e osso (Grupo His Contemporâneo de Dança) – Salvador/BA

19h-20h
Palco Principal: Pulsar Cia de Dança (Rio de Janeiro)

12/09

09h-12h
Oficinas:
Sala Emília Biancardi: Carolina Teixeira
Sala Carlos Moraes: Pulsar Cia de Dança

15h às 18h
Cirandão 2: Fórum-debate com o público participante e realização de atividades de criação artística e mostra aberta.

18h-19h
Foyer: performance de Liria Moraes – Salvador/BA

19h-20h
Palco principal: Cia Gira Dança – Natal/RN